FANTASIA É O QUE LIBERA A EMOÇÃO DE PODERMOS SONHAR SEM TERMOS RAZÃO.
Você trouxe a luz aos olhos meus
Será que ainda sou ateu?
Serpentes no paraíso
Onde não deviam estar
Corro perigo?
Cuidado, posso me apaixonar
Eu transformo em versos
Os gritos recolhidos
De um lugar perdido
Quase submerso
Meu voto de castidade
Nunca foi saudade
Sofri enquanto durou
Daquela vida
Na despedida
Nada restou
Rezei para esquecer
Minha santidade
Quanta crueldade
Tive que aprender
Subi ao altar
E provei o líquido vermelho
A minha imagem no espelho
Vi por demais saltar
Já são sete mil dias
Que parecem sete mil séculos
Ainda pareço benévolo
Mas vivo de maresias
Procurei conhecer o caminho certo
Mas ao certo
Nunca saberei
Se vou me arrepender
Nem se vou entender
Onde foi que eu errei
Santa Serpente
Minha forma é decadente
Procurei a verdade
Agora sou deformidade
São dias que só formam noites
E meu pernoite
Sempre latrinário
Ainda é diário
Meus momentos oníricos
Agora já não são mais ledos
Quanto desprezo
Vivo do lixo dos ricos
Sou um profano deste mundo ufano
Escassa é minha raça
Minha fortuna é a penumbra
E perfeito é o meu leito...
...de morte.
Um comentário:
Diz o mestre Consa que o poeta não deve explicar o que escreveu, deixar que as palavras fluam e levem às mais variadas reflexões sobre o tema...mas fico pensando o que possa revelar um texto como este. Se eu n conhecesse o autor, que é um personna legal, alegre, inteligente, vivo, expontâneo, diria tratar-se de uma pessoa profundamente amargurada, introspectiva, alguém que vê o mundo com os olhos da reprovação.Como todo crítico tem que considerar sua verdade como relativa, então, nada de juizos absolutos.
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