quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Lente opaca

Dali os velhos óculos não saíram mais
Nada mais enxergaram
Nada mais
Mas as últimas lágrimas, nele ficaram

Contos sofridos
Histórias sem volta
Ainda gera revolta
Seus últimos gemidos

A letra já não tinha mais destreza
Mas jorrava emoção
Às vezes apoiada com as duas mãos
Para gerar uma palavra com leveza

As flores murcharam
Assim como seu ser
E dali partiram pra ter
O que tanto sonhavam

Seu velho óculos finado
Agora repousa na recordação
De quem leu o que ele viu
Antes de chegar na primeira mão

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